Ora aqui estão elas, as medidas. Como povo, temos o que merecemos. Preferimos ser cigarras, não formigas. Se é assumido, que assim seja.
Sairemos da crise como nela entrámos. Na próxima, será o mesmo.
Não sairemos pela via das medidas estruturais, nem podia ser, que essas não são de efeito imediato, exigem preparação, tempo, comprometimento, responsabilidade. Saímos pelas medidas de emergência: é preciso libertar dinheiro para pagar excessos, aperta-se um pouco o cinto, até se poder alargar de novo.
Não sabemos fazer e cumprir planos a 10, 15, 20 anos. Não temos a persistência e paciência para tal, com excepção dos planos de construção, que naturalmente exigem planos longos. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Mas depressa demais, ao ritmo dos ciclos eleitorais, ou ainda mais depressa. Claro que assim é difícil conseguir resultados estruturais.
E para demonstrar de forma exemplar a dureza destas medidas, o primeiro dia após o seu anúncio é de tolerância de ponto à função pública. Que injustiça: então e amanhã não se faz ponte, para esquecer as amarguras?
Lfs diz>
"Acho coincidência a mais o Benfica ter ganho o campeonato, ter vindo cá o papa com toda a euforia à volta do assunto e o aparecimento destas novas medidas do PEC que vão ainda mais ao bolso do zé povinho. Sou só eu a achar a coincidência?"
Dm diz>
"Mais uma vez a solução é manter tudo na mesma e aumentar "as receitas". Para quando diminuir as despesas? Por exemplo, como dizia Eduardo Catroga à SIC, olhar para um universo de institutos e empresas municipais, governamentais, etc, que duplicam as tarefas (independentemente de algumas funcionarem bem, fazerem bom trabalho e de forma eficiente: nesses casos, é de olhar para os departamentos que ficaram com "pouco" que fazer)."
Lfs diz>
"Vou lançar um desafio nada complicado para todos os afectados com as novas alterações do PEC. Se uma boa parte vai pagar mais 1% ou 1,5% do seu salário e também levar com o aumento do IVA, porque não tentarem também poupar uma percentagem equivalente ou maior do seu salário? Por exemplo evitando comprar coisas desnecessárias, como algumas revistas e jornais, menos guloseimas, dar uns passeios a pé em alternativa ou carro, etc. Não creio que seja assim tão complicado e há muitas coisas onde poupar no dia a dia.
A falta de eficiência em todo o lado, desde a nossa casa até à função pública também é culpada do despesismo e excesso de défice. Pensem nisso."
Sim. Mas pergunta o português: que incentivo para poupar? Os certificados de aforro, que financiam a dívida do Estado, são remunerados como se sabe. De fugir.
Ao mesmo tempo o Estado está a pagar taxas altas e crescentes ao financiar-se no mercado.
Não é estranho?