Preocupámo-nos quando ano após ano a exigência no ensino público foi descendo, satisfeitos por os nossos filhos passarem sem esforço, sacrificando sem apelo a nossa possibilidade de recuperar no seio da UE?
Fomos para a rua quando processos e processos judiciais são montanhas que, em muitos casos, nem um rato chegam a parir? Quando levam 5 ou mais anos, com culpados e inocentes no mesmo saco de enxovalho?
Indignamos-nos por só acontecer alguma coisa quando fogem umas escutas? E quando, apesar delas, nada acontece? E com a naturalidade com que se discute o seu conteúdo, achando-se natural que elas existam?
Achamos estranho que o país só se mobilize para o futebol e os fins de semana prolongados?
Que as pessoas se achem com direito a ter tudo e já agora? Que se individem por bens de consumo sem pensar nos riscos futuros?
Escandaliza-nos que nas escolas impere a bandalheira, com a inversão dos excessos de outros tempos? Em que professores têm medo de alunos e pais?
Manifestamos estranheza por sindicatos dizerem não redondo a avaliações de professores, médicos boicotem genéricos e processos contra colegas, juízes se oponham a férias de apenas mês?
Manifestação apenas quando chega a hora de pagar a conta?
Manifestação contra nós próprios?
É estranho.
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