Exemplos das muitas formas como os nossos municípios derretem dinheiro em coisas que não interessam nada, muitas vezes são ridículas, duram pouco tempo ou até nem chegam a funcionar.
Pista de esqui na Amadora
Quanto tempo funcionou?
Exemplos das muitas formas como os nossos municípios derretem dinheiro em coisas que não interessam nada, muitas vezes são ridículas, duram pouco tempo ou até nem chegam a funcionar.
Pista de esqui na Amadora
Quanto tempo funcionou?
A Rota Leste
Na década de 20 do séc. XXI, ainda é esta a utilização que se faz do território no concelho de Cascais.
No caso concreto, trata-se de 2 grandes lotes de terreno destinados a centro de saúde (na parte de cima), consumo e ginásio na parte central, escritórios na parte de baixo.
A área dos 2 lotes está delimitada pela linha branca. Toda a área vermelha é dedicada ao carro, parado e em movimento. Há uns passeios nessa área vermelha - deve referir-se adicionalmente que não colocaram uma única árvore de arruamento nesses passeios, apesar de tanta propaganda da câmara acerca da pertinência da arborização urbana.
Olhando para esta utilização de um território central, numa zona nobre da freguesia de Carcavelos, percebe-se bem a incoerência gritante entre a propaganda sobre mobilidade suave, transporte coletivo, emissões poluentes e descarbonização, e a real prática da câmara de Cascais. Se estivéssemos a falar do modelo urbanístico dos EUA, não seria grande diferença. Tal como em tantos outros campos culturais e comportamentais, também na mobilidade copiamos e seguimos modelos caducos e suicidas.
Apesar de existir um passeio ao lado, o município fomenta o conflito entre peões e ciclistas. Por ocasião da inauguração de um troço de ciclovia, o vereador convida mesmo a usá-la para passear o cão - é uma boa imagem da verdadeira política de mobilidade em bicicleta do executivo.
"No Kansas, andar de bicicleta depois dos primeiros anos da adolescência já é motivo de vergonha; andar a pé, a não ser para praticar exercício envergando equipamento apropriado ou para nos dirigirmos ou afastarmos do carro, é assumir uma espécie de comportamento desviante; quantas vezes é que os homens já abriram a janela para chamar maricas a Darren?"
"O local da conferência ficava a dois quarteirões; estava uma belíssima noite de fim de primavera, mas poucas pessoas em Topeka teriam pensado em ir a pé."
É disto que falamos quando falamos em construção em encosta, impermeabilização total das bacias, etc, etc?
Como este caso no Estoril, são muitos, e a aumentar - só neste vale.
Depois de toda esta impermeabilização, lá vêm umas medidas mínimas de renaturalização, abrandamento do fluxo da ribeira, bacias de retenção, túneis quando a situação já é desesperada. Todos pagamos e sofremos as consequências.
Antes:
Estas notas estão organizadas por passeios ou locais de interesse a percorrer ou a visitar, e indicam a forma de chegar aos seus extremos sem recurso ao carro.
Todas as indicações são para se fazer passeios pedonais, excepto quando explicitamente indicado.
Quinta do Pisão (atual. SET23)
Há 3 autocarros com os quais é possível chegar a pontos diferentes da Quinta:
Passeio no paredão do Estoril (atual. SET23)
Ribeira de Caparide (atual. SET23)
Parque Urbano de Outeiro de Polima (atual. SET23)
Cabo da Roca (atual. SET23)
Notas
Horários e percursos MobiCascais
Carreiras e horários da Carris Metropolitana
Loteamento da Fundição de Oeiras - Avaliação de Impacto Ambiental
Participação
AGO2023
Estamos a assistir aos primeiros sinais, bem claros para quem os quer ver,
da catástrofe climática, que é infelizmente imparável. De todos os lados,
governos, câmaras, ONU, instituições científicas, ONGs, ouvimos apelos da
necessidade urgentíssima de mudar o modo de vida e o nosso consumo. O
setor dos transportes é responsável por algo como 27% das emissões de carbono
para a atmosfera. As nossas cidades são o domínio absoluto do automóvel, que
consome um espaço desmesurado no estacionamento e circulação, é uma fonte
avassaladora de poluição, mata peões (1) e
impede a vivência segura e livre da rua pelas crianças.
Também na Câmara de Oeiras boas intenções não faltam:
https://www.oeiras.pt/portugal-2020-e-pamus
"Promoção
de estratégias de baixo teor de carbono para todos os tipos de territórios,
nomeadamente para as zonas urbanas, incluindo a promoção da mobilidade urbana
multimodal sustentável e medidas de adaptação relevantes para a
atenuação".
https://www.oeiras.pt/-/consulta-publica-pmuso-pao-2023
"O objetivo da elaboração do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS)
de Oeiras e do Plano de Acessibilidade (PA) de Oeiras é dotar o Município de
Oeiras de documentos municipais que enquadrem a estratégia de planeamento e de
atuação coerente com a promoção de uma mobilidade mais sustentável, com menores
custos e impactes ambientais."
...
•
Favorecer uma evolução sustentável da repartição modal de deslocações;
•
Preparar a população para uma mudança de hábitos de mobilidade."
No entanto este plano de pormenor ignora a realidade e continua a fazer a
habitual promoção da utilização do automóvel:
Ao contrário de quando os municípios fazem alastrar a mancha da urbanização
para longe dos serviços e do transporte pesado, no caso deste loteamento essa justificação
para tanta importância e recursos dados ao carro não existe: estação de
comboios, terminal de autocarros, escolas, centro de saúde, serviços, comércio
local, e até praia e jardins - todos estes pontos podem ser atingidos a pé
sem nenhuma dificuldade. O comboio coloca os passageiros no Cais do Sodré em
cerca de 15 minutos. Alcântara, e Santos têm ou terão metro a curto prazo.
Não existe por isso nenhuma justificação para tanta promoção do carro neste
plano.
Na memória descritiva escreve-se:
"ACESSIBILIDADE
EM MODOS ATIVOS
...
A rede ciclável
atual consiste no troço da Avenida da Marginal (com a cor rosa) permitindo
a sua ligação com as praias de Oeiras, Santo Amaro e Paço de
Arcos. Com a materialização desta rede de percursos cicláveis, a área de
estudo terá boas condições de mobilidade ciclável, com ligação a estações
ferroviárias da linha de Cascais e Sintra.
Por outro lado,
são amplamente conhecidos os benefícios associados à utilização da bicicleta,
destacando-se, entre estes, a contribuição para a melhoria da qualidade do
ambiente urbano, a redução da emissão de gases de efeito de estufa pelo sector
dos transportes, a redução do consumo de energia, a redução do consumo de
espaço público e a melhoria da saúde da população.
Neste entendimento, o esquema de mobilidade ativa previsto para os lotes em
estudo e sua envolvente reúne um conjunto de requisitos que garantem uma
circulação atrativa, segura e de qualidade pelos diversos utilizadores,
prevenindo eventuais conflitos e acidentes."
É falso que o "troço da Avenida da Marginal (com a cor rosa)" possa
ser considerado para a mobilidade ciclável, uma vez que na realidade, é lá proibido
circular de bicicleta na maior parte do tempo. Figura no PDM como um troço
ciclável, mas a sinalização no local viola o próprio PDM.
Por outro lado, ao mesmo tempo que se listam os benefícios da
utilização da bicicleta, nada de facto é proposto para a melhorar nas
imediações do loteamento (por exemplo, a norte da linha, ou na ligação ao
centro histórico, ou na ligação ao concelho de Cascais), limitando-se esta Memória
Descritiva a esperar placidamente que o PDM seja cumprido - repare-se porém no
gritante contraste com as propostas, os planos e os recursos previstos e a
disponibilizar pelo promotor para fazer "fluir" mais trânsito
automóvel fora dos limites do loteamento.
Porque é que este plano não financia a construção de ciclovias, em vez de
dedicar tanto dinheiro a construir estacionamento ou estradas no exterior do
plano, e não paga à IP a construção da passagem pedonal no viaduto do comboio,
em vez de apenas o aconselhar?
Quanto à afirmação
"e reúne
um conjunto de requisitos que garantem uma circulação atrativa, segura e de
qualidade pelos diversos utilizadores, prevenindo eventuais conflitos e
acidentes"
esta colide frontalmente com a construção de ciclovias partilhadas com
passeios - exatamente o que não deve ser feito, por razões óbvias.
Oponho-me à aberrante, embora habitual e não
surpreendente, preponderância do automóvel neste plano e exorto a Câmara
de Oeiras a inovar, construindo um bairro que não seja carro-dependente.
Trata-se de uma zona com as melhores acessibilidades de transportes
públicos e pedonais que é possível. Desafio a Câmara a entrar no
sec. XXI, construindo um novo bairro com reduzido espaço de
estacionamento e circulação automóvel, em vez do sobredimensionado destes
pontos de vista, usando esse espaço para fruição pública. Seria assim um bairro
escolhido pelas pessoas que preferem viver sem o carro, ou com pouca utilização
do carro, fazendo uso em vez disso uso das excelentes alternativas de
mobilidade pedonal e em transporte público.
É necessário que a ação das câmaras, e a de Oeiras em particular, cumpra as
suas declarações políticas da urgência de mudar a mobilidade, e não que essa
ação faça sempre precisamente o contrário - como se constata neste plano
de loteamento ao estilo do sec. XX
Por outro lado, este loteamento
propõe uma densidade de ocupação que parece excessiva. Porém, entre uma
densidade elevada junto de serviços e transporte pesado, e a contínua expansão
da urbanização que as câmaras promovem, incluindo a de Oeiras, talvez o mal
menor seja o primeiro - desde que não se cometa o erro de, apesar da manifesta
falta de necessidade, se continue a privilegiar e promover a posse e utilização
do automóvel privado, como acontece neste loteamento.
(1) Portugal
é o 2º pior país da EU no que toca à percentagem de peões mortos em áreas
urbanas e o 8º pior em termos absolutos: https://road-safety.transport.ec.europa.eu/system/files/2023-02/ff_pedestrians_20230213.pdf
Texto de João Miguel Tavares, lido no Público em 8AGO23:
"O enorme sucesso da Jornada Mundial da Juventude demonstra, mais uma vez, o espantoso talento português para a organização de grandes eventos, invariavelmente recorrendo a uma táctica que qualquer alemão ou japonês consideraria suicida, mas que em Portugal sobrevive fresca e viçosa, como o eucalipto: primeiro, desperdiçam-se anos a fio em discussões inúteis, decisões adiadas e mau planeamento; e depois, nos meses finais de preparação, já com vista privilegiada para a catástrofe, eis que ocorre uma extraordinária explosão de pragmatismo e de absoluta dedicação à causa.
Para além da proposta sugerida poder ser adotada pelos técnicos que na câmara analisam o caso, constrói-se nestes uma imagem de credibilidade, que poderá dar frutos ao longo dos anos
Pode-se comunicar com a Câmara por estas 3 formas, pelo menos:
1) email atendimento.municipal@cm-cascais.pt - mais adequado para pedidos complexos, que exigem mais detalhe, imagens ou documentos; utilizado também para insistir nas respostas ou manifestar discordância das mesmas
2) aplicação FIX CASCAIS - mais adequado para pedidos que se explicam de forma simples. De utilização muito rápida e prática
3) telefone (800 203 186) - pouco adequado para fazer seguimento posterior, por não deixar registos escritos ou gráficos
Com muita frequência será preciso insistir para ter resposta ou resolução aos pedidos feitos.
Esta insistência em geral será feita para o atendimento.municipal@cm-cascais.pt
Convém manter um bom registo dos pedidos feitos, porque se podem passar muitos meses, ou anos, antes do pedido ser satisfeito ou sequer ter uma primeira resposta - aconselha-se utilizar uma folha de cálculo para o efeito.
A numeração do registo que recebemos em resposta varia muito conforme a triagem que é feita pelo Atendimento.
O mais normal será receber uma referência do tipo "Ocorrência nº 3463117"
No caso de se tratar de algo que vai ser tratado pela Cascais Ambiente (espaços verdes, recolha de lixo), deverá receber uma referência do tipo "PHC 965462 xxxxxxxxx", que se soma à anterior.
Quando se trata de propostas mais elaboradas e não apenas de um pedidos de correção, poderemos receber uma referência do tipo "E-DCID/2022/18196"
Há ainda situações em que é gerada uma referência de tipo "Atendimento/2022/15048"
No caso do Atendimento entender encaminhar o pedido para uma junta de freguesia poderemos não receber qualquer referência e efetivamente o Atendimento da câmara deixar de o acompanhar (isto acontece com a reposição ou novas árvores em espaços geridos pela junta, mas não no caso de reposição de um pilarete, por exemplo). Nesse caso devemos fazer o seu acompanhamento diretamente com a junta em causa.
É normal receber novos registos para o mesmo caso, de cada vez que se insiste numa resposta ou na resolução do caso. Ao fim de alguns anos, poderá ter 3 ou 4 referências para o mesmo pedido original.
A aplicação FIX Cascais, também utilizável em WEB, é bastante eficaz. Apesar de não ter um leque muito abrangente de tipificações, não é por essa razão que os pedidos não são triados e tratados. No caso de não saber qual a tipificação a utilizar, escolha qualquer uma - o Atendimento fará o encaminhamento adequado.
Deve ser utilizada para
- pequenas reparações - pilarete arrancado; calçada danificada; caixote do lixo em mau estado; iluminação deficiente; fuga de água
- pedido de alteração da localização de ecopontos e contentores
- recolhas de lixos e monstros
- reposição de árvores (árvore seca ou caldeira existente mas vazia)
Nesta aplicação devemos:
Na proposta de plantação de novas árvores não é preciso preocuparmo-nos com a distinção de responsabilidades acima. A triagem será feita pelo Atendimento. A referência que recebemos para o pedido varia conforme a entidade que vai tratá-lo.
A resposta a pedidos pela Cascais Ambiente, porém, é em geral inexistente.
As árvores dos arruamentos são da responsabilidade da DGEV e, regra geral, as propostas de plantação têm bom acolhimento.
A proposta de novas árvores pode ser feita pelo FIX Cascais no caso de se tratar de um pedido simples, para o qual não é necessária muita explicação ou argumentação (recorde que depois de enviado o pedido, perde o acesso à fotografia).
A proposta também pode ser feita com envio de um email para o Atendimento.
Nele poderá argumentar em favor da plantação e ilustrar com um alinhamento concreto.
Exemplos de texto e sugestões de plantação:
"Solicito a plantação de árvores nesta pequena praça da forma que ilustro.
A arborização das zonas urbanas é essencial para a regulação da temperatura, absorção do ruído automóvel, melhoria das condições de pedonalidade, abrigo animal e promoção estética da paisagem urbana."
Se possível, antes de fazer a proposta verifique se no solo onde sugere as novas árvores existem infraestruturas enterradas (cabos de eletricidade e telecomunicações, gás, esgotos, águas pluviais). Isto pode ser avaliado verificando se há grelhas de sumidouros, caixas de visita, alinhamento de candeeiros de iluminação, etc. Não é difícil inferir a existência destas infraestruturas.
Se existirem, poderá não fazer sentido fazer o pedido, pois quase certamente será indeferido.
No caso de haver sumidouros junto do passeio, e se houver estacionamento, poderá fazer uma proposta deste tipo:
A da esquerda é mais vantajosa para os peões.
Opte por fazer pedidos isolados: cada pedido deve descrever apenas uma situação (um largo, um alinhamento de um dos lados de uma rua, etc). Isso facilitará o tratamento pelos serviços e também o controlo dos seus pedidos.
Sempre que possível, convém que a proposta de novas árvores não comprometa o estacionamento existente, pois os serviços da câmara valorizam a capacidade de estacionamento acima de qualquer outra utilização do espaço público.
Neste âmbito incluem-se
Poderá optar por apresentar a sua pretensão na Junta de Freguesia. Nesse caso, comece por enviar a descrição do problema a resolver por email, assim como a sua proposta de solução.
Por lei, o executivo (ie, presidente, tesoureiro, vogais, etc) da Junta faz uma reunião mensal cuja primeira parte é pública, destinando-se a ouvir e dar resposta aos fregueses. O calendário dessas reuniões está afixado nas vitrinas de divulgação, além de poder também ser divulgado nas redes sociais.
Depois de apresentar detalhadamente o seu caso por email, marque presença nas reuniões mensais e peça informação sobre o seu desenvolvimento.
Dependendo da postura do executivo da Junta em questão relativamente á mobilidade pedonal, esta poderá eventualmente
1) realizar ações de melhoria que dependam apenas da própria Junta - por exemplo, protegendo os passeios com pilaretes
2) promover pedidos de obra junto da Câmara Municipal
Propostas de desenvolvimento mais complexo (exemplo 1 , exemplo 2) podem ser enviadas para atendimento.municipal@cm-cascais.pt, eventualmente fazendo conhecimento ao vereador do pelouro e/ou ao presidente:
- ver.joana.balsemao@cm-cascais.pt
- ver.nuno.piteira.lopes@cm-cascais.pt
- ver.fredericoalmeida@cm-cascais.pt
- Vice-Presidente Miguel Luz - vice-presidente@cm-cascais.pt
- Gab. Presidência - gpre@cm-cascais.pt
- carlos.carreiras@cm-cascais.pt
Infelizmente a experiência mostra que estas consulta promovidas pela CMC são um pouco para cumprir as regras, e a participação pública é na realidade pouco ou nada considerada, frequentemente sendo atacada como extremista ou partidária.
O OP serve para fazer projetos que interessam a comunidades locais ou a todo o concelho.
Como está montado, o OP de Cascais é dominado pela associações (ver nota 1 abaixo) - são as associações que determinam o resultado do OP, mesmo para os projetos de iniciativa individual. Por isso não é possível, ou é extremamente difícil, ganhar um OP sem apoio de uma ou várias associações proponentes ao mesmo OP.
Assim, só vale a pena tentar projetos que se antecipe possam vir a ser apadrinhados por associações com capacidade de mobilizar votantes.
Muitas vezes não há resposta durante meses e anos a fio, apesar de muitas insistências para o Atendimento.
Em tempos existiu na CMC a figura do Provedor Municipal, com pouco sucesso, pois tinha a mesma dificuldade em obter respostas dos serviços da câmara.
Posteriormente esta função passou para o presidente, pelo email
Gab. Presidência - gpre@cm-cascais.pt
O resultado, porém, é semelhante.
A Câmara disponibiliza um formulário de reclamação formal em
https://www.cascais.pt/servico/reclamacao
Para submeter uma reclamação é preciso ter conta em MyCascais.
No site anuncia-se a obrigação de cumprir estes tempos de respostas:
Os tempos de resposta são os definidos no DL135/99, art.ª 39 Decreto-Lei n.º 135/99, de 22 de Abril
Caso ultrapasse os 15 dias a análise, aplica-se os 30 dias do Código de Procedimento Administrativo
mas a câmara não cumpre.
Ainda assim, a reclamação por falta de resposta ou discordância pode ter algum interesse por vezes, por ser tratada por outra área da câmara que não o serviço em causa.
++++++++++++++++++++++++
Poderá optar por apelar ao Provedor de Justiça. Se a queixa for aceite (muitas vezes o Provedor responderá que a ação do município é sua legítima escolha), poderá pelo menos ter a virtude de obrigar o Município a dar uma resposta, ainda que não satisfatória.
O Provedor não tem legitimidade para impor uma decisão.
++++++++++++++++++++++++
De acordo com o texto abaixo, a inspeção da ação das câmara cabe à Inspeção-Geral de Finanças.
Em caso de violação clara da lei, valerá a pena apelar à IFG.
Um exemplo é o não cumprimento da largura mínima dos passeios no âmbito da Lei das Acessibilidades.
estando em causa a atuação de Câmara Municipal, e ao abrigo do Artigo 21.º e seguintes do Decreto-Lei nº n.º 163/2006, de 08 de agosto, na sua redação atual, qualquer participação deverá ser dirigida à Inspeção-Geral de Finanças, tendo ainda em consideração a missão e atribuições desse organismo no exercício da tutela sobre as autarquias locais, nos termos e para os efeitos previstos na alínea i) do n.º 3 do Artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 96/2012, de 23 de abril, conforme https://www.igf.gov.pt/
transparencia/participacao- civica.aspx.
A queixa pode ser feita aqui.
++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
Notas:
1) Funcionamento do OP Cascais em 2022
Podem ser propostos 2 tipos de projetos ao OP, que correspondem a dois contingentes estanques de votação e orçamento:
Projetos tipo A - projetos que beneficiam uma associação ou entidade em concreto: associações desportivas, musicais, culturais, entidades do sector social, bombeiros, etc
Projetos de tipo B - projetos propostos por pessoas individuais, que beneficiam a população em geral, seja no âmbito local (rua, bairro, freguesia) ou no âmbito concelhio
Na votação final do OP, aquela que escolhe a lista de projetos que vão efetivamente ser implementados pelo município, cada cidadão votante é obrigado a escolher 1 projeto de tipo A e 1 projeto de tipo B - tem que votar obrigatoriamente em ambos.
A capacidade de mobilização para o voto é enorme do lado das associações, e em geral muito reduzido por parte dos cidadãos individuais. As associações mobilizam os seus associados, utentes, clientes, etc para verem os seus projetos aprovados.
Por facilidade e desinteresse dos cidadãos, as associações indicam aos seus apoiantes o conteúdo do SMS a enviar, que inclui os 2 projetos, A e B.
Nesse processo, as associações determinam efetivamente os projetos de tipo B que ganham o OP, ao indicarem aos cidadãos votantes o par de projetos nos quais votar - o projeto de tipo A é obviamente o da sua associação, e o de tipo B é aquele, ou aqueles, que decidem apadrinhar.
Não é que os cidadãos votantes não tenham a liberdade de escolher os projetos que querem ver implementados, tanto de tipo A como de tipo B. Mas por desinteresse, por preguiça mental, verifica-se que a esmagadora maioria dos votos nos projetos B vêm de facto claramente associados a projetos A, conforme se confirma facilmente nas estatísticas divulgadas - veja-se https://op.cascais.pt/orcamento-participativo/op-2021/documentos/622b9e642673b500a8db4ce2/ .
Como é evidente, isto não se trata de uma coincidência: os cidadãos votantes não decidem votar nos mesmos projetos A e B em massa. São as associações que lhes propõem os projetos B e aqueles aceitam sem escrutínio.
A raiz deste enviesamento é a obrigatoriedade de se votar num projeto A e num projeto B e do OP para As e Bs ser simultâneo.