O largo da estação de Carcavelos sofreu obras em 2017. A velocidade do trânsito foi reduzida, foram criadas zonas exclusivas para os peões que os automóveis não podem invadir e os peões beneficiaram em termos de mobilidade e segurança, apesar de se terem mantido alguns constrangimentos de circulação em benefício do estacionamento.
Como é hábito e obsessão desta Câmara, porém, a maior parte do espaço disponível foi de novo dedicado ao automóvel, seja para circulação, seja, em especial, para estacionamento.
Perdeu-se mais uma oportunidade. Poder-se-ia ter criado ali uma pequena praça, onde as esplanadas ganhariam espaço privilegiado, num local com frequência garantida. Poder-se-ia ter ganho para Carcavelos uma nova pequena centralidade, à volta da qual poderia florescer algum comércio de rua, além dos estabelecimento de restauração, muito em especal agora que a vila se tornará vila universitária e cujos estudantes, em grande parte, utilizarão o comboio como meio de transporte.
Os cafés e as esplanadas estão lá, embora com espaço limitado, com vista para os carros estacionados e com fumo de escape garantido. Mesmo sem os lugares que a imagem mostra, ainda sobraria muito estacionamento e espaço para largada de passageiros, mais ainda porque se trata de estacionamento tarifado e, por isso, passa parte do tempo vazio. No "quarteirão" imediatamente anterior (a 20 metros) há sempre lugares vagos, pois são (e bem) tarifados.
Nesta fotografia fica bem visível o pouco espaço de circulação pedonal: duas pessoas cruzam-se já com algum incómodo mútuo. Espaço para automóveis, esse nunca falta:
Quando me apercebi desta obra apresentei esta visão junto da Câmara. Sem sucesso, claro está, demonstrando mais uma vez que se trata de uma gestão focada nos carros.
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