quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Proteção dos peões pela CMC

A obra de construção deste prédio, na Avenida da República, Parede, vai em estado avançado.
O passeio poderia e deveria estar há muito reposto. Deveria haver o maior cuidado para minimizar o tempo de indisponibilidade do passeio, mas isso não acontece. Para o empreiteiro, e sem qualquer pressão da Câmara, o passeio é sua última preocupação. Enquanto a obra decorre, é um seu domínio tal como o estaleiro.

A Câmara deveria velar pelas boas condições de circulação na via pública, nomeadamente em situações de obras, fiscalizando o tempo de ocupação e sua reposição. E fá-lo quando se trata de circulação automóvel. Nesse casos, os cortes são os mínimos possíveis.  Não o faz, porém, quando se trata dos utilizadores mais vulneráveis do espaço público. E isto apesar de a CMC já ter sido alertada por 2 vezes sobre esta situação, em agosto e em setembro, sem nenhum resultado.

Tratasse-se este de um caso isolado, e não seria notícia. Infelizmente, é um exemplo da quase nula importância que é dada pela CMC aos munícipes que querem ou têm que andar a pé nas ruas do concelho.






Nota: em finais de OUT o passeio acabou por ser reparado. Não sei se foi por ação da CMC (não tive nenhuma resposta) ou por iniciativa do construtor.

Volkswagen


Que grande vergonha, gestores da VW...
E uma vergonha criminosa. Que contribui para que o fumo dos carros, já de si tão prejudicial, ainda nos envenene mais todos os dias.

Duas ou três notas do meu ponto de vista:

  1. Aldrabões há em todo o lado - não é novidade.
  2. E os aldrabões são muito mais organizados nas sociedades mais organizadas. Também não admira
  3. E consequências? Parece-me que serão grandes, muito maiores do que seriam se fosse em Portugal. E é aí que pode estar a grande diferença. A ver vamos, claro. Mas noutros casos (submarinos, ....), assim foi.
  4. Os Estados têm que ter forte capacidade de fiscalização, para defenderem os cidadãos e fazerem cumprir as leis. Instituições com meios e conhecimento.





domingo, 11 de outubro de 2015

A cidade para as pessoas

Este é um bom exemplo de devolução de espaço às pessoas. O espaço que nos últimos 20 ou 30 anos foi sendo paulatinamente roubado para acomodar mais e mais trânsito, mais e mais estacionamento.
Neste caso, recuperou-se espaço de estadia de qualidade, ao mesmo tempo que se forçou a acalmia do trânsito reduzir o raio de viragem dos carros.

Vilamoura, um bom exemplo

Neste verão tive a oportunidade de passar férias em Vilamoura.
Tive uma boa surpresa em termos das condições que a vila (?) oferece a quem quer deslocar-se a pé ou de bicicleta. Não conheço nenhum outro local com este nível de desenvolvimento em Portugal.

Apesar de ter ficado a mais de 1km da praia e do centro, não tive nenhuma dificuldade em deslocar toda a família, incluindo crianças pequenas, com conforto e segurança, sempre de bicicleta e para todo o lado.

Vilamoura fez uma opção, que se pode resumir na fotografia seguinte:



Deve dizer-se que apesar destas condições de exceção [em Portugal], o trânsito continua muito intenso. Afinal, a maioria das pessoas que lá estavam nessa altura têm outros hábitos de deslocação, ou seja, de automóvel para todo o lado.

Não que lhes fosse difícil adotar outros hábitos temporariamente: Vilamoura dispõe de um sistema de bicicletas partilhadas, que não precisei de usar, mas que me pareceu muito funcional e barato. Por 20€, pode-se usar as bicicletas durante 1 mês, dispondo o sistema de 40 pontos de levantamento/entrega. (ver http://www.inframoura.pt/pt/sistema).






Apesar do trânsito elevado, as condições criadas permitem que quem quer prescindir do carro o faça com conforto e segurança, um caso que do meu conhecimento, repito, é único no país.


Mapa da rede de bicicletas partilhadas em http://www.inframoura.pt/Cache/binImagens/mapa-de-rede-atualizado-1612.PDF

E em que se traduzem estas condições excecionais para a mobilidade pedonal e ciclável?


Além das óbvias ciclovias, houve preocupação em dar continuidade e eliminar desníveis para os precursos em bicicleta. Raramente encontrei lancis num percurso ciclável.

Lisboa, que tem feito uma evolução interessante e notório na mobilidade ciclável, está claramento atrás em termos da qualidade dos percursos que tem construído.

 



Em muitos locais as ciclovias estão afastadas da estrada



e noutros é utilizada parte do passeio.





Nalgumas zonas, porém, as ciclovias são as bermas das avenidas e estradas. Tendo em conta a velocidade condicionada do trânsito, porém, isto não consitui perigo, como aliás deveria acontecer em todas as zonas urbanas.

 


Há uma permanente sensiblização aos automobilistas para o cuidado a ter com os restantes utilizadores da via, seja pela utilização de sinalização, seja por medidas indutoras de redução de velocidade.
Exemplos nas fotografias abaixo: sinalização, pilaretes na estrada que impedem a ultrapassagem na zona de passadeiras e impõem baixa velocidade, e lombas redutoras de velocidade.





Em Vilamoura as condições criadas para circulação dispensando o automóvel contribuem para maior qualidade de vida.