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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Passivo ambiental

"Arranca hoje limpeza da Quimiparque no Barreiro"

Quando como uma manga que atravessa o Atlântico de avião, quando compro uma bugiganga de plástico a preço insignificante que vem da China, quando bebo uma garrafa de água de plástico que atravessou o país, quando troco de televisão sem necessidade: pensamos nestas amenidades da vida moderna e vemos apenas progresso, comodidade, bem estar. Não vemos insensatez sob a forma de impactos insustentáveis ou muito caros.

Nenhum destes impactos futuros sobre o ambiente é pago: a poluição dos transportes de distâncias enormes, o impacto do lixo produzido por embalagens ou equipamentos em fim de vida, o abuso de utilização de recursos insubstituíveis, a destruição de vida.
Se e quando for necessário colmatar estes impactos ambientais (retirar o carbono da atmosfera, recolher o plástico no ambiente, descontaminar solos, etc, etc), a factura aparecerá. E será apresentada às gerações dessa altura, pois claro. Será uma factura em dinheiro ou em qualidade de ambiente, qualidade de vida. Mas aparecerá.

E poderíamos pensar que estes impactos são essencialmente coisa do passado, uma herança que não está a crescer. Ao contrário: está a crescer desmesuradamente, à velocidade do crescimento das sociedades de consumo e impulsionada pelo baixo preço do petróleo. Podemos ver isso pelo nosso país, que no entanto é insignificante quando comparado com a China ou a Índia, por exemplo. E mais tarde também África há-de reclamar o seu direito a uma vida melhor.

Hoje os produtos em grande medida não  incorporam estas externalidades de impacto ambiental. Cada um de nós pode, porém, incorporá-las no nosso processo de decisão de compra, de utilização, etc. Assim tenhamos consciência dos custos e queiramos agir.

domingo, 6 de junho de 2010

China - luz ao fundo do túnel

É inevitável que os custos de produção aumentem na China, tal como aconteceu em todos os países desenvolvidos.

Segundo este artigo do público, tal já está a acontecer.
Os chineses tornam-se mais exigentes e querem partilhar um pouco do bolo para o qual contribuem significativamente com trabalho, recursos naturais e qualidade ambiental.

As consequências mais óbvias deverão ser:


+ Redução do consumo global, por via do aumento de preços
+ Regresso de alguma produção aos países desenvolvidos originais, aumentando emprego
- Aumento do consumo na China, com consequente aumento de poluição e desperdício 
+ Óbvio aumento da dignidade e qualidade de vida do povo trabalhador chinês
Esta é uma fase transitória que tinha que ser atravessada: penso que os países do centro da Europa terão sofrido algo semelhante com a deslocalização de fábricas para Portugal, por exemplo.
Os trabalhadores chineses estão hoje a tentar libertar-se do mesmo tipo de exploração que os europeus da Revolução Industrial.
 



E entretanto, como diz o artigo, a China está já a pensar em fazer o mesmo: externalizar a produção para países de mão de obra mais barata - África. O ciclo manter-se-á enquanto existirem recursos pouco qualificados, miseráveis e pouco reivindicativos.