domingo, 20 de maio de 2018

A mobilidade pedonal no concelho de Cascais

Mais do que pelas intenções de grandes anúncios e conferências pela sustentabilidade e mobilidade não automóvel, e pela propaganda, a verdadeira política de mobilidade da Câmara Municipal de Cascais ajuiza-se pela obra feita.

Na Parede, junto do Clube Nacional de Ginástica, foi inaugurada em MAR2017 a requalificação da Rua Machado dos Santos, com um grande cartaz publicitário que anunciava "qualidade/segurança/espaço público". No Facebook o post laudatório dizia que a rua ganhou "novos passeios, passadeiras adequadas à circulação de pessoas com mobilidade condicionada".

As fotografias abaixo ilustram a segurança e qualidade de espaço público, mas apenas para os automobilistas, que, comodistas, e com a cumplicidade da CMC e da Polícia, exigem estacionar mesmo à porta do local onde vão fazer desporto (!), para não se cansarem numa deslocação a pé de 100 ou 200 metros, deste modo prejudicando gravemente a segurança dos peões e educando os seus filhos no sentido do egoísmo para com todos os outros cidadãos.

Apesar da garantia dada pelo técnico da CMC de que não seria possível estacionar nos passeios após a requlificação, nem um pilarete foi colocado inicialmente. Após protestos,  a CMC entendeu fazer um corredor vergonhoso, inclusivamente levantando a calçada acabada de fazer, desse modo, na prática, autorizando o estacionamento ilegal fora desse corredor, que nem sequer garante todos os sentidos de circulação pedonal no cruzamento:



O resultado DIÁRIO desta política de "mobilidade" da CMC é o que as imagens abaixo ilustram. Passadeiras corretamente desniveladas, e com pilaretes, cuja continuidade são passeios pejados de carros.


















E esta é uma obra de 2017, não é espaço público dos anos 80 ou 90!


Além disso, e apesar de um projeto feito anos antes que previa essa passadeira, a circulação Rua João Soares - Rua Alfredo Manuel Fernandes, que serve deslocações entre a Parede Norte e o Junqueiro, obriga os peões a 3 atravessamentos, em vez do óbvio circuito a verde. A CMC, e apesar de apelos, recusou-se a fazer a passadeira verde, com o argumento de que roubava um lugar de estacionamento. Para manter a sua teimosia e fazer uma das passsadeiras que implementa esta vergonha, porém, cortou 1 ou 2 lugares pré-existentes. Apesar de acrescentar um risco inaceitável à deslocação de peões (e recorde-se que os passeios estão sempre cheios de carros), nem sequer beneficiou o sacrossanto estacionamento automóvel.







Quando ouvirem grandes intenções dos responsáveis da Câmara sobre mobilidade pedonal, recordem-se sim das obras feitas, que falam mais verdade.

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